terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

TERÇA 7 DE FEVEREIO DE 2012...
Vacinas contra a difteria

Guilherme Côrtes Fernandes, Katia de Carvalho Affonso & Terezinha Marta P.P. Castiñeiras
A difteria ("crupe") é uma doença imunoprevenível grave e potencialmente fatal, causada pela toxina produzida por uma bactéria, o Corynebacterium diphtheriae. A difteria que pode acometer pessoas susceptíveis (não adequadamente vacinadas) de qualquer idade e não apenas as crianças, como era mais comum antes da utilização sistemática da vacina. A transmissão se faz de pessoa a pessoa, através de gotículas de secreção respiratória contendo a bactéria (e eventualmente secreção de lesões cutâneas).

1. Por que ser vacinado contra a difteria?

A difteria pode ter sérias conseqüências, inclusive levar ao óbito. Logo nos primeiros dias, a formação de uma extensa pseudomembrana na garganta (sobre as amígdalas, palato, faringe e laringe) poderá resultar em sufocação (insuficiência respiratória alta). Adicionalmente, a liberação de toxinas, poderá induzir manifestações sistêmicas, resultando não raras vezes em compromentimento cardíaco(alterações de ritmo e função), neurológico (paralisias de nervos) e renal.

2. Quem precisa ser vacinado contra a difteria?

Todos. A bactéria causadora da difteria, pode ser encontrada na garganta (orofaringe) e também na pele de pessoas contaminadas (doentes ou não). A maioria das pessoas portadoras da bactéria não apresenta qualquer manifestação da doença (portadores sãos). Como não é possível detectar todos os portadores sãos, para controlar a disseminação da doença, é essencial que toda a população seja adequadamente vacinada, independente da idade. Cabe ressaltar que como a difteria não confere imunidade, os doentes também precisarão ser vacinados para a proteção futura.

3. Que vacinas existem contra a difteria?

As mais comumente utilizadas, geralmente combinadas ao toxóide tetânico, são:

Em crianças
. DTP e DTPa (proteção contra difteria, tétano e coqueluche)
. DT (proteção contra difteria e tétano)

Em adultos
. dT (proteção contra difteria e tétano).

3. Qual a composição das vacinas contra a difteria?

Todas as vacinas antidiftéricas, além dos componentes contra as outras doenças, são produzidas a partir da toxina diftérica inativada que atua como antígeno que estimula a produção de anticorpos. Além disso contém timerosal (Mertiolate®) como estabilizador, hidróxido de alumínio como adjuvante vacinal.

4. A vacina contra tétano e difteria (dT) pode causar reações?

Pode, como qualquer outra vacina, mas as reações são habitualmente brandas, quando ocorrem. As mais comuns (dor, vermelhidão e induração) são relacionadas ao local de aplicação da vacina, que é intramuscular. Eventualmente, pode ocorrer febre nas primeiras 72 horas após vacinação. Reações alérgicas graves (anafilaxia) são raras.
É importante ressaltar que existem preparações diferentes da vacina dupla para a crianças (DT) e adultos (dT), que diferem na quantidade de toxóide diftérico. A dT contém relativamente menos toxóide diftérico o que reduz significativamente as reações a este componente nos adultos (na verdade indicada para os maiores que sete anos).

5. A vacinação contra tétano e difteria é igual para crianças e adultos?

Não. O esquema básico de vacinação na infância começa no primeiro ano de vida. É feito com três doses de DTP (vacina contra tétano, difteria e coqueluche, adequada para crianças), aos dois, quatro e seis meses, seguindo-se de um reforço aos 15 meses e outro entre quatro e seis anos de idade. A partir daí, a cada dez anos, deve ser feito um reforço com dT (vacina contra tétano e difteria, adequada para adultos), para assegurar proteção adequada.
Os adultos que nunca foram vacinados contra tétano (grande parte da população adulta nunca foi, ou desconhece que tenha sido vacinada) deve receber três doses da vacina dupla de adulto (dT) para proteção contra o tétano e a difteria. O esquema padrão de vacinação (indicado para os maiores de sete anos) preconiza um intervalo de um a dois meses entre a primeira e a segunda dose e de seis a doze meses entre a segunda e a terceira dose, no intuito de assegurar elevados títulos de anticorpos protetores por tempo mais prolongado. Admite-se, entretanto, que a vacinação possa ser feita com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Depois de completada a série de três doses, é necessario apenas uma dose de reforço a cada dez anos, para manter a proteção adequada.
Crianças ou adultos que iniciaram a vacinação, e interromperam em qualquer época, devem completar as doses até a terceira, independente do tempo decorrido. A partir daí, o reforço deve ser feito a cada dez anos.

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