SEGUNDA 06 DE FEVEREIRO DE 2012
AMEBÍASE
A amebíase é uma infecção do intestino grosso causada pela Entamoeba histolytica, um parasita unicelular.
A Entamoeba histolytica existe sob duas formas durante o seu ciclo de vida: o parasita ativo (trofozoíto) e o parasita inativo (quisto).
Os trofozoítos vivem entre o conteúdo intestinal e alimentam-se de bactérias ou então da parede do intestino.
Quando a infecção se inicia, os trofozoítos podem causar diarreia, o que faz com que saiam para fora do corpo. Uma vez fora, os frágeis trofozoítos morrem.
Quando o doente não tem diarreia, costumam converter-se em quistos antes de abandonarem o intestino.
Os quistos são muito resistentes e podem disseminar-se quer diretamente de pessoa a pessoa, quer indiretamente através dos alimentos ou da água.
A transmissão direta ocorre através do contato com fezes infectadas.
É mais provável que a amebíase se propague entre os que vivem em asilos e têm uma higiene inapropriada do que entre aqueles que não vivem desse modo; também se torna mais provável o seu contágio por contato sexual, particularmente entre homossexuais masculinos, do que por um contato eventual ou fortuito.
A transmissão indireta dos quistos é mais frequente nas zonas com más condições sanitárias, como os campos de trabalho não permanentes.
As frutas e verduras podem contaminar-se quando crescem em terra fertilizada com adubo humano, são lavadas com água contaminada ou são preparadas por alguém que está infectado.
Amebíase
Além das úlceras no cólon, as amebas podem causar abcessos em diferentes órgãos, dos quais o mais frequentemente afetado é o fígado.
Amebíase
Sintomas
Geralmente os infectados, em particular os que vivem em climas temperados, não apresentam sintomas. Em certos casos, os sintomas são tão ligeiros que quase passam despercebidos.
Podem consistir em diarreia e obstipação intermitentes, numa maior quantidade de gás (flatulência) e dores abdominais. O abdómen pode ser doloroso ao tato e é possível que as fezes contenham muco e sangue.
Pode haver escassa febre. Entre um ataque e outro, os sintomas diminuem até se limitarem a algias recorrentes e fezes líquidas ou muito moles. O emagrecimento (emaciação) e a anemia são muito frequentes.
Quando os trofozoítos invadem a parede intestinal, é possível que se forme um grande volume na mesma (ameboma) que pode obstruir o intestino e ser confundido com um cancro.
Por vezes, os trofozoítos originam uma perfuração intestinal. A libertação do conteúdo intestinal para dentro da cavidade abdominal causa uma grande dor na zona agora infectada (peritonite), o que requer atenção cirúrgica imediata.
A invasão por parte dos trofozoítos do apêndice e do intestino que o rodeia pode provocar uma forma leve de apendicite. Durante a cirurgia da apendicite podem espalhar-se por todo o abdómen.
Como consequência, a operação poderá ser atrasada de entre 48 a 72 horas com o objetivo de eliminar os trofozoítos mediante um tratamento com fármacos.
No fígado pode formar-se um abcesso cheio de trofozoítos. Os sintomas consistem em dor ou mal--estar na zona que se encontra acima do fígado, febre intermitente, suores, calafrios, náuseas, vómitos, fraqueza, perda de peso e, ocasionalmente, uma ligeira icterícia.
Em certos casos, os trofozoítos disseminam-se através da corrente sanguínea, causando infecção nos pulmões, no cérebro e noutros órgãos.
A pele também é, por vezes, infectada, especialmente em torno das nádegas e nos órgãos genitais, da mesma forma que as feridas causadas por cirurgia ou por lesões.
Diagnóstico
A amebíase diagnostica-se no laboratório examinando as fezes de um indivíduo infectado; para estabelecer o diagnóstico costuma ser necessário analisar entre 3 e 6 amostras.
Para observar o interior do reto e colher uma amostra de tecido de qualquer úlcera que se encontre, pode utilizar-se um retoscópio (tubo flexível de visualização).
Os doentes com um abcesso hepático têm quase sempre no sangue valores elevados de anticorpos contra o parasita.
Contudo, como esses anticorpos podem permanecer na corrente durante meses ou anos, o achado de valores elevados de anticorpos não indica necessariamente que exista um abcesso.
Em consequência, se o médico pensa que se formou um abcesso, pode prescrever um fármaco que elimine as amebas (um amebicida). Se o fármaco resultar eficazmente, dá-se por assente que o diagnóstico de amebíase era correto.
Tratamento
Vários fármacos amebicidas que se ingerem por via oral (como o iodoquinol, a paromomicina e a diloxanida) eliminam os parasitas do intestino.
Para os casos graves e as infecções localizadas fora do intestino administra-se metronidazol ou desidroemetina. Voltam a examinar-se amostras de fezes ao cabo de 1, 3 e 6 meses após o tratamento para assegurar que o doente está curado.
Fonte: www.manualmerck.net
Amebíase
Algumas amebas, como a Entamoeba histolytica, podem causar doenças no homem. Ela faz parte de um grupo maior de amebas, da família Endamoebidae, que são parasitas comuns da nossa espécie. Elas vivem no nosso aparelho digestivo ou infectam tecidos, são pequenas e têm a capacidade de formar cistos, que são uma forma resistente às condições desfavoráveis do ambiente.
A Entamoeba histolytica geralmente convive bem com nossa espécie, não causando problemas. Por isso ela é colocada no grupo das Endamoebas, que significa amebas interiores, geralmente encontradas no interior de animais vertebrados. Mas em determinadas condições ela se torna patogênica: começa a engolir ou fagocitar células do nosso organismo (como as hemácias), ou começa a invadir órgãos e tecidos, como o fígado ou o intestino. É só então que ela causa a doença.
A amebíase pode provocar de uma simples disenteria (diarréia) até o comprometimento de algum órgão ou tecido.
Ela ocorre em todo o mundo e geralmente está associada a condições econômica e de higiene precárias.
Por que? Pelo simples fato de que só se pega amebíase ingerindo cistos que contaminam a água e os alimentos. Mas como estes cistos vão parar na água, contaminando-a? Como parasita intestinal obrigatório do homem, só há um meio de fazê-lo: pelas fezes. Quando o saneamento básico e as condições de higiene das populações são precárias, a possibilidade de contaminação das águas por fezes humanas aumenta. Esta mesma água poderá ser utilizada, rio abaixo, para a irrigação de hortaliças e frutas ou mesmo para o consumo humano direto. Você conseguiu visualizar o ciclo todo? Para piorar o quadro, os cistos que vão contaminar o ambiente ainda por cima são resistentes! Eles duram em média 30 dias na água, 12 dias em fezes frescas, 24 horas em pães e bolos e 20 horas em laticínios (produtos derivados do leite)!
Mas felizmente podemos quebrar esta cadeia de transmissão: basta que possamos assegurar condições mínimas de saneamento básico às populações e proporcionar a elas água tratada, já que o cloro adicionado nas estações de tratamento mata os cistos desta e de outras amebas.
Além disso, devemos possuir, em nosso ambiente, hábitos de higiene como:
Lavar bem as mãos antes e após as refeições;
Lavar bem frutas e hortaliças e deixá-las de molho em uma solução de água com água sanitária (1 colher de sopa de água sanitária de boa qualidade para cada litro de água);
Ferver (por pelo menos 20 minutos) e filtrar águas de poço ou rios antes de bebê-las;
Evitar o contato direto e indireto com fezes humanas (use luvas!).
No caso de uma infecção já adquirida, existe tratamento eficiente com antibióticos, que custam caro e provocam efeitos colaterais como vertigens ou erupções da pele. Por isso, o melhor mesmo é prevenir a infecção!
Existem também outras amebas que parasitam o homem, mas que convivem normalmente sem causar doença como Endolimax nana e Iodameba butschlii.
Algumas espécies de vida livre podem, eventualmente, ser patogênicas para o homem como as amebas dos gêneros Hartmannella, Acanthameba e Naegleria, produzindo casos de infecção das meninges (meningoencefalite humana) e podendo levar à morte ou produzindo lesões da córnea (camada protetora dos olhos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário