TERÇA 7 DE FEVEREIO DE 2012...
DIFTERIA
A difteria é uma infecção contagiosa que por vezes é mortal e que é provocada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae.
Há alguns anos, a difteria era uma das causas principais de morte infantil.
Hoje em dia a difteria é muito pouco frequente nos países desenvolvidos, principalmente graças à vacinação maciça contra a doença.
No entanto, as bactérias da difteria ainda existem no mundo e podem provocar surtos epidémicos se não se recorrer a uma ampla vacinação. O surto mais importante dos últimos 50 anos tem lugar atualmente na Rússia e noutros países da anterior União Soviética.
As bactérias da difteria encontram-se normalmente nas gotas de humidade que são expulsas com a tosse. Raramente as bactérias se podem propagar através de objetos ou de artigos do lar contaminados, como roupa ou brinquedos.
Normalmente, as bactérias multiplicam-se na superfície ou perto das membranas mucosas da boca ou da garganta, onde provocam inflamação.
Alguns tipos de Corynebacterium diphtheriae libertam uma toxina potente que pode provocar lesões no coração e no cérebro.
Sintomas
A infecção começa entre 1 e 4 dias depois da exposição às bactérias.
Os sintomas costumam começar com uma inflamação ligeira na garganta e com dor ao engolir. Em geral, a criança tem alguma febre, uma frequência cardíaca acelerada, náuseas, vómitos, calafrios e dor de cabeça. Os gânglios linfáticos do pescoço podem inflamar-se.
A criança pode ter muita mucosidade no nariz que, muitas vezes, só afeta um orifício nasal, se as bactérias se localizarem no nariz. A inflamação pode estender-se da garganta à caixa da voz (laringe) e pode provocar inchaço da garganta ao ponto de estrangular a via respiratória e dificultar a respiração.
Na maioria dos casos, as bactérias formam uma pseudomembrana (uma lâmina de material composto de glóbulos brancos mortos, bactérias e outras substâncias) perto das amígdalas ou noutras áreas da garganta. A pseudomembrana é áspera e tem uma cor cinzento-sujo. Se for extraída bruscamente, pode provocar-se uma hemorragia das membranas mucosas subjacentes. A pseudomembrana pode estreitar os canais respiratórios ou desprender-se de improviso e bloquear completamente a via respiratória, impedindo que a criança possa respirar (uma situação urgente).
No entanto, algumas crianças com difteria ligeira nunca chegam a desenvolver uma pseudomembrana.
Se as bactérias libertarem uma toxina, esta pode disseminar-se pelo fluxo sanguíneo e danificar os tecidos de todo o corpo, sobretudo o coração e os nervos.
A lesão do músculo cardíaco (miocardite) é normalmente muito grave entre o dia 10 e 14, mas pode ocorrer em qualquer momento entre a 1.ª e a 6.ª semanas.
A lesão cardíaca pode ser ligeira e, nesse caso, pode manifestar-se só como uma anomalia menor no eletrocardiograma, ou muito grave, ao ponto de provocar insuficiência cardíaca e morte súbita.
A toxina afeta geralmente certos nervos, como os da garganta, e provoca dificuldades em engolir. Estes nervos costumam ser afetados durante a primeira semana da doença. Entre a 3.ª e a 6.ª semanas podem inflamar-se os nervos dos braços e das pernas, provocando debilidade.
O coração e os nervos recuperam lentamente ao longo de várias semanas.
A difteria pode afetar a pele (difteria cutânea). Embora seja mais frequente nos trópicos, a difteria cutânea também ocorre em alguns países desenvolvidos, particularmente em pessoas com falta de higiene que vivem em núcleos superpovoados (por exemplo, os sem-abrigo). Em casos muito raros a difteria afeta a vista.
Diagnóstico e tratamento
O médico pensa na difteria quando uma criança doente tem a garganta irritada e apresenta uma pseudomembrana. O diagnóstico pode ser confirmado tirando um espécime da membrana da garganta da criança com um hissope para fazer um cultura das bactérias.
A criança com sintomas de difteria é hospitalizada numa unidade de cuidados intensivos e recebe uma antitoxina (anticorpo que neutraliza a toxina da difteria que está a circular) logo que seja possível. No entanto, primeiro deve assegurar-se, mediante uma análise especial da pele, que a criança não é alérgica à antitoxina, que é fabricada com soro de cavalo. Uma criança alérgica à antitoxina primeiro deve ser dessensibilizada. Para isso, começa-se com doses muito pequenas de antitoxina e, progressivamente, vão sendo aumentadas.
Na unidade de cuidados intensivos, o médico e as enfermeiras confirmam que a respiração não está obstruída e que o coração funciona de forma satisfatória. Depois são administrados antibióticos, como penicilina ou eritromicina, para erradicar as bactérias da difteria.
A recuperação depois de uma difteria grave é lenta e uma criança com a infecção deve evitar retomar as suas atividades demasiado rapidamente, pois até o exercício físico normal pode provocar dano a um coração inflamado.
Prevenção
As crianças são imunizadas contra a difteria de forma sistemática.
A vacina da difteria é normalmente combinada com as vacinas do tétano e da tosse convulsa (pertosse), sob a denominação DTP (difteria-tétano-pertosse). (Ver tabela da secção 23, capítulo 251) Se alguém que tenha sido vacinado contra a difteria entrar em contato com uma pessoa infectada, uma dose de reforço aumenta a protecção.
Qualquer pessoa em contato com uma criança infectada deve ser examinada e deve tirar-se-lhe uma amostra da garganta com um hissope para fazer uma cultura.
Preventivamente, são-lhe administrados antibióticos durante 7 dias e é controlada para detectar qualquer sinal da doença.
Também se vacinará e administrar-se-á uma dose de reforço que contenha a bactéria da difteria a qualquer pessoa que estiver em contato com uma criança infectada e que não tenha sido vacinada ou que não tenha recebido uma dose de reforço nos 5 anos anteriores.
As pessoas com culturas de garganta negativas e que recentemente tenham sido vacinadas contra a difteria não necessitam de tratamento e tão-pouco implicam um risco para os outros.
No entanto, os portadores de bactérias da difteria (que não têm sintomas) podem efetivamente propagar a doença. Por conseguinte, estas pessoas também requerem antibióticos e deve-se fazer-lhes culturas repetidas da garganta para detectar sinais da doença.
Fonte: www.manualmerck.net
Difteria
Também conhecida como crupe, a difteria é altamente contagiosa, normalmente ocorre nos meses frios e atinge, principalmente, crianças de até 10 anos de idade.
A doença é causada pela toxina diftérica, produzida pelo bacilo Corynebacterium diphteriae, que se aloja nas amígdalas, faringe, laringe e fossas nasais, onde cria placas brancas ou acinzentadas, muitas vezes visíveis a olho nu.
A difteria é altamente contagiosa e é adquirida pelo simples contato com os infectados, com suas secreções ou com os objetos contaminados por eles.
Ambientes fechados facilitam a transmissão, que pode ser causada por portadores assintomáticos (que não manifestam a doença) ou mesmo por ex-doentes, já que estes continuam a eliminar o bacilo até seis meses após a cura.
Além das placas na garganta, a toxina diftérica também causa febre baixa (entre 37,5 e 38o Celsius), abatimento, palidez e dor de garganta discreta.
Se não for devidamente tratada, a difteria evolui, causando inchaço no pescoço (nos gânglios e nas cadeias cervicais), que, dependendo de seu tamanho, pode asfixiar o paciente.
A vacina tríplice continua a ser a principal arma contra a difteria, no entanto, caso a doença se estabeleça, recomenda-se o imediato isolamento do enfermo, para tratá-lo com o soro antidiftérico, que inativa a toxina produzida pelo bacilo.
As medidas profiláticas também recomendam a observação de todos que estiveram em contato com o enfermo, que devem ser investigados por meio de exames laboratoriais.
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